terça-feira, 9 de agosto de 2011

Dia 13. Segunda-feira. O dia do Padroeiro. A saga do pão e bolo.

Burlei o dia 13 completo no post anterior me perdoem. Mas nosso JOSÉ exigia isso.
Voltarei pro inicio da 2ª feira.
Em meio a tantos acontecimentos e da baladinha de dia dos namorados não consegui acordar tão cedo como tinha planejado e quando me dei por conta na cama, já estava atrasada pro trabalho. Pedi perdão ao santo. Nem bonita pro dia da festa de aniversário dele eu pude ficar. Saí descabelada pro dia D. Senti uma cólica mortal... Maldita TPM. Tudo num dia só.
Eu havia me programado pra acordar em paz, ficar mui bela e ir para a tão famosa fila do pão bento na Igreja do Santo Antonio em pleno raiar do dia. Seria poético. Depois iria trabalhar e dividir “coasamiga” de lá o pãozinho milagroso.
E além da atitude nobre, confesso: quer mais excitação pra ir na Igreja do que poder comer o bolo do Santo? Eu estava há 13 dias sem comer nenhum doce! Comer aquela sola de sapato açucarada seria um bálsamo paradisíaco!
Mas o relógio me traiu e não pude seguir os planos. O que me deixou levemente chateada. Mas saindo de casa me surpreeendi ao dar de cara com um cego. Isso era tudo o que precisava!
Okay, esta é a parte que ninguém entende nada e um novo parêntese se faz necessário. Tentarei ser brevíssima.
Na minha família, italianada supersticiosa, acredita-se cegamente (literalmente) que se você der de cara com um cego, em pleno acaso, isso significa MUITA sorte. Mas, se por outro lado, o dia não estiver sorrindo pra você e você se deparar com um manco, pode esquecer amigo: azar na certa!
E essa história é tão forte na família, quase um vício, que todos meus dias são guiados por aparições de cegos e mancos, e isso é mais importante que qualquer leitura do horóscopo, quiromancia ou revelação.  Cego sorte, manco azar. Cego sorte, manco azar. Quase enlouqueço no centro da cidade com essas aparições.
E como era dia do santinho querido ao qual me dediquei, nada mais justo do que eu  avistar um ceguinho antes de entrar no trabalho (onde minutos depois eu saberia a verdade sobre José). Era sorte, no mínimo.
Aproveitei a vibe de sorte e telefonei pro meu vô que mora ao lado da Igreja Santo Antonio para pedir que ele garantisse meu bolo e pãozinho típicos. Como a blogueira mais fissurada em Antônio poderia ficar sem as coisas mais tradicionais do dia 13? Seria o fim do blog e da esperança. Tragédia e drama! Meu vô, muito fofinho, foi correndo pra Igreja.
Saí do trabalho voando. Fui pra casa dos meus avós. Lá eles se surpreenderam comigo: “como ta magrinha minha neta”, “ta sofrendo por algum broto?”. “Antes fosse” é o que sempre respondo. “Promessa vó, sem doce e sem namorado acabei emagrecendo.”
Inconformada, minha vó correu pro fogão. Quem resiste? E além do mais, ao entrar em território de italianos é proibido sair sem comer. Me empanturrei enquanto meu vô contava mais um de seus famosos causos. A história de um conhecido dele que era descrente da vida e do amor. Ele em nada acreditava até se meter numa história de autoconhecimento, viajar pra Itália e passar sem querer na Igreja de Santo Antonio em Pádua. Enfim, o homem foi tomado por uma emoção súbita dentro da Igreja, que o fez se converter na hora. E depois adivinhem o final?! Ele encontrou o amor!  Elizabeth Gilbert que me perdoe, mas “Comer, Rezar e Amar” nem é tão original. Risos!
E meu vô disse que o homem ficou tão amigo do nosso santinho que sempre falava uma MÁXIMA: “Santo Antonio é grande!”.
Enquanto meu vô falava, eu me entreguei ao bolo mais péssimo ewers, que parecia maravilhoso naquele instante. Aquele açúcar bento todo entrando na minha corrente sanguínea era tudo que eu podia desejar.
Eis que chega minha vó do corredor lotada de santos no colo pra me dar de presente! Santos antigos dela, olha que coisa significativa! Vale dizer que, dias depois, meus avós fariam 50 anos de casados e não posso negar que eles são o casal mais lindo que já vi. Ganhar santos, pão e bolo deles me pareceu MUITO auspicioso. Fiquei confiante e acabei aceitando dois santinhos. Um de plástico pra carregar na bolsa e um grande e pesado que ficava na cozinha e estava todo melado de gordura. Ai que coisa linda!
Quando me dei conta já estava na hora da missa mais famosa do ano! Precisava correr. Sem ela o blog não seria verdadeiro. Parti com os santos no colo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário