domingo, 5 de junho de 2011

Acontecimentos recentes 4

A saga da vela rosa e como o blog começou
Sem duvidas, a simpatia mais trabalhosa para mim até agora foi a 2. Tudo começou com a saga da vela rosa. Ela era da simpatia 1 e eu, teimosa, passei pra 2 para termos todos tempo de achá-la. Mas meu horário de almoço no trabalho é muito curto para quem quer dar conta de comer, fofocar e procurar por uma vela. E sou dessas gordinhas italianas que valorizam a hora de comer e socializar. Sagrado.
Nas poucas lojas e minutos que restaram, eu e meu amigo procuramos pela vela em vão. A missão estava fracassando. Não fosse pelo esmalte roxo metálico lindo que eu ganhei dele (na tentativa de fazer as pazes pelos muitos desentendimentos que sempre temos. Nossa relação é Karma, sabe? Dos grandes.) teria sido muito mais frustrante.

Ele sugeriu uma loja de macumba, mas achei melhor evitar. Pra quem ta zicado acender uma vela dessas lojas pode ser fatal.
À noite saí voando do trabalho, dei carona para uma amiga e ainda fui para o shopping Dom Pedro (pobreza) em busca de uma tal loja de anjos que disseram ter lá. Não achei a bendita vela rosa nem lá e nem em lugar nenhum, até em loja de fantasias fui parar.
Me dispersei horrores.
Até que me aconselharam a ir numa loja de departamentos de decoração. Delícia! Me perco nessas lojas.
Pensei em como meu novo apê vai ficar fashion (sim, mamãe está se casando. Serei uma solteira oficial). Fiz mil planos. Pensei na contribuição criativa da minha amiga Bruna arquiteta e do Ed designer (que, aliás, fez o layout belo dos azulejinhos aqui do blog! Arraso esse rapaz gente!), na diversão que teremos, no meu futuro quadro da Clarice Lispector, nos lustres over...
Quando vi, o shopping estava pra fechar. Bateu desespero. Pensei no santo decepcionado por eu voltar pra casa sem vela. Não teria desculpas.
Corri pro andar de velas. Tudo enorme, decorado e caro. Falei pra moça se não existia uma vela rosa modesta. A resposta obviamente foi: não! Peguei a mais baratinha, que pro meu padrão atual é bem carinha. Mas não se pode pechinchar quando se trata de uma simpatia pro santinho mais melindroso de todos, né? Levei.
Logo ao lado tinha uma seção de espelhos. Não resisti. Um garimpo incrível brilhou diante de meus olhos. Um espelho de quebra cabeças! Projeto new apê gritou mais alto que minha carteira falida.
Na prateleira tinha até espelho de corações, mas achei óbvio demais para esta época. Melhor mesmo é encaixar bem as peças... VIU, SANTO ANTONIO? Ai que barbaridade dizer isso pro santo, Bruna!-pesa minha consciência.
Indo pegar o carro lembrei do mel. Tive que voltar pra trás. Corri no mercado do shopping. Mas eu sou aquele tipo de pessoa que não se conforma em entrar num lugar e comprar só o que se tem necessidade. Não sou objetiva nenhum pouco (vocês podem ver pelo quanto escrevo nos relatos).  Acabei comprando um sabonete líquido de romã.
Anota a dica quente aí: romã inspira a fertilidade e sensualidade na mulher.
Apertei o passo pra procurar o mel e senti o santinho judiando de mim. O mel ficava depois do imenso corredor das tentações açucaradas. Só porque estou fazendo promessa de ficar sem comer doce para o Santo! E ele me tentou até... Mas posso não ser objetiva, mas sou perseverante. Resisti. Saí com mel e sabonete. Só.
Voltei pra casa afoita pra postar a nova simpatia e fazê-la. Besuntei a velinha de mel, coloquei no pires, tudo como manda o regulamento.
Na hora de colocar a imagem do santo debaixo da cama tivemos um pequeno acidente: a mãozinha do bebê quebrou. Fiquei arrasada.
Logo eu que prometi pro santo que dentre as 13 simpatias jamais cometeria a crueldade de fazer aquela que lhe tira o neném, fui quebrar sua  mãozinha. (No dia seguinte sugeriram no trabalho que vou arrumar um namorado desmunhecado. Ó NÃO!).  
No silencio do apartamento, chega de surpresa mamãe e o padrasto achando que dormiriam aqui. Botei os dois de castigo no sofá pra dormir. I´m sorry, mas não posso deixar o santo debaixo da cama e ir dormir em outro lugar. É desfeita. Amor é amor, romance é romance e simpatia é simpatia, já diria minha versão do funk.
Nessa altura estava exausta. Acendi a vela botei o santo, mesmo sem mão, de castigo debaixo da cama e desmaiei de sono. No dia seguinte me surpreendi em ver que a vela estava quase intacta, apesar de acesa a noite toda.  Lembrei que era uma vela superfaturada, de rico, daquelas que ficam de figurante em mesa de jantar.

A vela deveria ter queimado toda... Será que dá azar? Paciência, estava atrasada pra trabalhar. Simplesmente saí.
Logo mais, minha mãe me liga no trabalho: “Bru, a Meg sentiu o cheiro de mel e tentou mastigar a vela e derrubou o santo de cara pro chão debaixo da cama!”. Essa é a hora em que você percebe que em pleno 3º dia de campanha as coisas não vão bem.
Preciso contar rapidamente (aham, como se eu soubesse contar algo rápido) que esta imagem - que jaz sem mão debaixo da cama- foi quem possibilitou o começo de tudo. Dia 30 de maio estava eu desiludida e tinha desistido do blog. Subindo as escadas da espelunca onde almoçamos, Guines (meu amigo karma querido de 2 metros) me pergunta se estava tudo certo pra começar os “13 dias”. Eu reclamei dizendo que tinha desistido. Ele ironizou, como sempre, dizendo que causei tanto sobre o blog e que não fazia sentido desistir assim. É assim que um amigo karma te apóia: com ironias e indiretas. Adoooro e Odeio!
A coincidência foi aumentando quando minha chefe Paula tira da bolsa em pleno almoço um encarte do santo que trouxe pra mim. Justo naquele dia decisivo! Muito carinhoso da parte dela... Assim, fui notando  que o santo já estava do meu lado e que eu não poderia mais abandoná-lo.
Camila, que trabalha com a gente, ouviu a história e decidiu me dar uma forcinha já que sua maré amorosa anda boa. Como eu reclamei que não tinha nem um Santo Antonio pra começar tudo, ela propôs que deveríamos abandonar o almoço e sair em busca de um santinho para ela me dar (ela foi muito querida e merece toda sorte em dobro por isso).
Foi assim que o blog começou concretamente. Numa segunda, fim de mês, numa espelunca de almoços no centro. Eu muito sortuda por ser apoiada por amigos queridos. E dali em diante só risadas e participação de mais e mais amigos fofos. Santo Antônio já começou de cara abrindo meus olhos sobre quanta gente linda vive ao meu redor e com quanta gente eu posso contar! Talvez eu não seja tão sozinha como penso...
Agora, acendo a vela toda noite antes de dormir na esperança que ela queime... e ela continua de figurante de mesa de novela.
O santo... Bem, o santo está sem mão e de castigo debaixo da cama até amanhã/hoje (dia do banho luxo e sedução).  
Ah, sim e já ia me esquecendo: desde então, homens podem não ter aparecido, mas o que tem de formiga aqui em casa é uma loucura. Tudo por causa da vela rosa do dia 2, molhada de mel, que não queima de jeito nenhum.

4 comentários:

  1. Bru,

    Vc ainda vai usar essa vela em um jantar romântico!!

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  2. Fernando Santos [F.R.S.]6 de junho de 2011 às 00:24

    só esse episódio já daria um filme. AHahHHAHA. E o comentário da moça acima faz todo o sentido... essa vela ainda vai ser figurante num episódio bonito na sua vida.

    Ah! e você disse para relatarmos aqui se acontece algo na nossa vida amorosa e tals... e não é que aconteceu comigo? hAHhshAhh

    Nos últimos dias eu redescobri uma pessoa fantástica na minha vida. Agora estou nessa de "um passo de cada vez"... mas sei lá, sabe quando alguém lhe empolga muito, te faz um bem que vc a muito tempo nao sentia? então, tenho me sentido assim.

    bjs Bruna.. adorei o post.

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  3. Thaís Frausto Zapparoli7 de junho de 2011 às 11:01

    Bru...VAI DAR CERTO!

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  4. Gostei da idéia de guardar a vela pra um jantar romântico... Peguei a dica Paulinha! Vc arrasa!

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